Outras rotas

Por Vanessa Ribeiro   (vanessalacerda.r@hotmail.com)

<Estudantes de Engenharia Aeronáutica são cobiçados pelo mercado de trabalho>

Os alunos que se formam em Engenharia Aeronáutica estão atuando em outras áreas. Eles têm sido disputados tanto no mercado aeronáutico como por empresas de consultoria e no setor financeiro.

Empresas de outros ramos estão à procura de estudantes de Engenharia Aeronáutica para compor seu quadro de funcionários. Segundo o professor de Engenharia Aeronáutica da USP Fernando Martini Catalano, os alunos sabem lidar com a interdisciplinaridade, trabalho em equipe e resolvem problemas matemáticos com mais rapidez. Essas características fazem com os estudantes tenham opções mais abrangentes no mercado de trabalho, sendo procurados por bancos, ou para exercerem cargos no setor de consultoria. Felipe Dilascio, aluno de Engenharia Aeronáutica da USP optou por fazer estágio na área de consultoria, porque, segundo ele, é possível conhecer diferentes setores tendo uma noção mais ampla com relação aos segmentos de atuação numa empresa.

As oportunidades são muitas, mas fazer o curso de Engenharia Aeronáutica pode não ser tão simples. São poucas faculdades que o oferecem, sendo as principais o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em São José dos Campos e a Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos. Ambos os cursos são muito concorridos, na USP, a relação candidato vaga aumenta a cada ano. O site da FUVEST dispõe que em 2009 a relação foi de 17.05, em 2010 de 22.03 e em 2011 foi de 22.78.

Catalano afirma que a principal contribuição para que haja poucos cursos no setor aeronáutico é a falta de estrutura, pois os equipamentos são muito caros e, conseqüentemente, o número de vagas é pequeno, não formando muitos engenheiros desse ramo. Isso faz com que haja uma escassez no mercado de trabalho de profissionais nessa área e os que têm são muito disputados.

                                                                                                   Organização da SEA

 A fuga de muitos alunos para outros setores tem levado as universidades a incentivar a permanência no setor aeronáutico. Visando a aproximação é realizado desde 2004 a Semana de Engenharia Aeronáutica (SEA). Esse ano a SEA foi do dia 22 ao dia 26 de agosto. Catalano afirma que além de buscar esse contato, outro objetivo é que haja uma interação das empresas com os estudantes, possibilitando com que ambos se conheçam e se interajam no qual o aluno possa sanar dúvidas decorrentes ao longo do curso, pois o contato direto com os ramos da aeronáutica oferece um conhecimento mais concreto de uma determinada especialidade. Esse evento também permite uma atualização nas tecnologias relacionadas ao mercado, bem como as novas tendências aeronáuticas. Além disso, durante a semana pode ser visto as experiências feitas pelos alunos do curso no Dia do Desafio, que consiste em fazer a partir de materiais recicláveis uma aeronave que voe.  a SEA proporciona a oportunidade para que o interessado em fazer esse curso tenha acesso ao mundo da aeronáutica, participando dos eventos oferecidos.

Nos últimos anos, o professor diz que está tendo uma alta demanda por estágio em outros países para incentivar os alunos a permanecerem no ramo. Paulo Gomes, também estudante de Engenharia Aeronáutica da USP, diz que tem interesse em atuar nesse setor, porém, como está esperando se formar para fazer o Programa de Especialização em Engenharia da Embraer, programa que capacita engenheiros formados recentemente para trabalhar no ramo aeronáutico na Embraer, decidiu conhecer outra área que é a de consultoria.

Apesar de haver alguns recursos para que o aluno se interesse em continuar na área de aeronáutica, como inserção em bons estágios, Catalano afirma que é impossível controlar o rumo que é tomado depois que se formam, já que “os alunos são que nem filhos”, ou seja, ensinam para atuarem no mundo e são donos de suas próprias decisões.

Veja abaixo um vídeo do Dia do Desafio realizado por um estudante.

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